domingo, 3 de novembro de 2013

Nova visão, novas oportunidades de interação

O texto indicado para fazer a resenha do blog (link ao final) me trouxe uma inquietação. Percebi que o meu vocabulário de “internetês” esta limitado ao extremo, em um só artigo pude me deparar com alguns neo-vocábulos: netiquette, netizen, cibercrítica, cibernegativa, cibercidadania, ciberligação, cibermundo, ciberliteracia ... ufa! Acho que basta! Não entendeu parte deles? Sigam o conselho que dei a uma colega de turma: “na era dos termos cibernéticos, pesquisa digital!”

Claro que para entender o que de novo a realidade digital tem trazido é preciso tempo e paciência, mas isso não é problema, se a cultura digital traz uma barreira ela mesma ajuda a transpor (Cássia, 2013). E isto me remete a análise sobre o texto, este trata de cidadania digital e me ajudou a ter uma visão alternativa sobre o espaço e a cultura virtual.

É interessante como se é afetado pela realidade cultural, pois é a partir dela que se cria significados, se constitui a subjetividade, se concretiza a cidadania. Neste sentido, já que não se vive mais na época da “caneta tinteiro”, é preciso compreender e tentar se conciliar com a nova era cultural que se afigura, afinal de contas como diz Machado de Assis:
            Imagem vivaz do gênio e do vulgo!
            Um fita o passado,
            com todas as suas lágrimas e saudades,
            o outro devassa o futuro com todas as suas auroras.
           (O alienista, 1996)

O que, então, é mais presente e ao mesmo tempo devassa tanto o futuro que não a realidade virtual? Em uma época de multireferencialidade é preciso também multiconceitos e possibilidades diversas para compreensão da realidade. O espaço digital tem a sua função neste aspecto, pois amplia os horizontes, a capacidade de conhecimento, favorece a acessibilidade a informação, a inteligibilidade da realidade.     

Também, o ser humano é em essência um ser social, necessita das relações para seu pleno desenvolvimento, e o espaço digital é onde mais estas relações tem se configurado. Estar fora deste espaço é vivenciar, também no mundo virtual, a exclusão tão presente na vida cotidiana. Isso em uma época de lutas sociais pela inclusão, pela vivência da plena da cidadania - com igualdade de direitos, liberdade de escolha e participação na vida social.

Com isso, em se tratando de era digital não é mais apenas momento para crítica, mas de síntese. O ciberespaço está ai, sendo operacionalizado, servindo de suporte para a sociabilidade, a interatividade, a descoberta, as trocas intersubjetivas. É claro que nem tudo o que é oferecido pode ser considerado positivo, é preciso saber depurar, estando atento ao que é mais útil, necessário e de qualidade. Bem como, torna-se premente buscar fazer deste lugar já conceituado um espaço melhor, para que estar interagindo através dele seja uma experiência valorativa.

Neste sentido, é que entra em jogo a importância da cibercidadania, fazendo emergir o aspecto ético e a civilidade no cibermundo. Cada um deve assumir a sua postura de netizen (ou cibercidadão) e tomar a sua parcela de responsabilidade pela introdução da nitequette (etiquete na internet), que venha a minimizar a possibilidade de deparar-se com aspectos cibernegativos. Para isso ocorrer é imprescindível uma análise que leve a uma cibercrítica, tornado o espaço virtual um lugar ciberdemocratizado e ciberliterácio (ou ciberinclusivo), que favoreça uma ciberligação de qualidade e enriquecedora. (Estou me cibersentido!!!!)

Então, esta cibercultura poderá nos trazer uma forma de ver o mundo como um espaço globalizado e que oportuniza uma igualdade ímpar, pois, sendo disponibilizado o aparato tecnológico, todos têm a mesma oportunidade de acesso a este ciberespaço, independente de raça, credo ou nação.

E neste sentido é que trago para a discussão a educação (afinal, como poderia não relacionar o que escrevo a ela), é preciso que se tenha consciência da importância da introdução da realidade digital na educação escolar, para que esta oportunidade de acessibilidade seja igualitária, pelo menos neste espaço que é por excelência de criação de oportunidades, de conhecimento e de inclusão. Bem como, tem um valor imprescindível no processo de inclusão educacional, permitindo ao aluno uma participação ativa e criativa através do uso de dispositivos tecnológicos, que pode colaborar para o desenvolvimento da autonomia, enriquecimento de habilidade e condição de interação.

Por hoje está de bom tamanho, afinal esta escrita foi uma descoberta, pelo menos para mim. Foram muitos novos vocábulos (e quantos!), mas também percebi que escrevendo e convidando as pessoas a refletirem sobre tantos temas, estou fazendo a minha parte de tornar a internet um lugar melhor para interagir (ou seja, exercendo a minha cibercidadania). Com carinho, Cássia.
 
 
As vezes reflito sobre a minha realidade
e fico feliz em perceber quantas habilidades a vida me
concedeu, para que eu possa ajudar a fazer do mundo
um lugar melhor.
Escrever no momento tem sido uma delas,
e é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Cássia.


Referência nos comentários:

2 comentários:

  1. Rs. Cássia, muito legal seu texto. Adorei o sétimo parágrafo, das "cibervivências e cibersensações", rs. Muito criativo!!! Parabéns, ou seria meus "ciberparabéns" para você, rs.

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  2. PATROCÍNIO, Tomás. Para uma genealogia da cidadania digital.Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1 (1), Maio 2008. p. 47-65.

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