O texto indicado para fazer a
resenha do blog (link ao final) me trouxe uma inquietação. Percebi que o meu
vocabulário de “internetês” esta limitado ao extremo, em um só artigo pude me
deparar com alguns neo-vocábulos: netiquette, netizen, cibercrítica, cibernegativa,
cibercidadania, ciberligação, cibermundo, ciberliteracia ... ufa! Acho que
basta! Não entendeu parte deles? Sigam o conselho que dei a uma colega de turma:
“na era dos termos cibernéticos, pesquisa digital!”
Claro que para entender o que de novo
a realidade digital tem trazido é preciso tempo e paciência, mas isso não é
problema, se a cultura digital traz uma
barreira ela mesma ajuda a transpor (Cássia, 2013). E isto me remete a
análise sobre o texto, este trata de cidadania digital e me ajudou a ter uma
visão alternativa sobre o espaço e a cultura virtual.
É interessante como se é afetado
pela realidade cultural, pois é a partir dela que se cria significados, se
constitui a subjetividade, se concretiza a cidadania. Neste sentido, já que não
se vive mais na época da “caneta tinteiro”, é preciso compreender e tentar se
conciliar com a nova era cultural que se afigura, afinal de contas como diz
Machado de Assis:
Imagem vivaz do gênio e do vulgo!
Um fita o passado,
com todas as suas
lágrimas e saudades,
o outro devassa o futuro com todas
as suas auroras.
(O alienista, 1996)
O que,
então, é mais presente e ao mesmo tempo devassa tanto o futuro que não a
realidade virtual? Em uma época de multireferencialidade é preciso
também multiconceitos e possibilidades diversas para compreensão da realidade.
O espaço digital tem a sua função neste aspecto, pois amplia os horizontes, a
capacidade de conhecimento, favorece a acessibilidade a informação, a
inteligibilidade da realidade.
Também, o ser humano é em essência
um ser social, necessita das relações para seu pleno desenvolvimento, e o
espaço digital é onde mais estas relações tem se configurado. Estar fora deste
espaço é vivenciar, também no mundo virtual, a exclusão tão presente na vida
cotidiana. Isso em uma época de lutas sociais pela inclusão, pela vivência da
plena da cidadania - com igualdade de direitos, liberdade de escolha e
participação na vida social.
Com isso, em se tratando de era
digital não é mais apenas momento para crítica, mas de síntese. O ciberespaço
está ai, sendo operacionalizado, servindo de suporte para a sociabilidade, a
interatividade, a descoberta, as trocas intersubjetivas. É claro que nem tudo o
que é oferecido pode ser considerado positivo, é preciso saber depurar, estando
atento ao que é mais útil, necessário e de qualidade. Bem como, torna-se
premente buscar fazer deste lugar já conceituado um espaço melhor, para que
estar interagindo através dele seja uma experiência valorativa.
Neste sentido, é que entra em jogo a
importância da cibercidadania, fazendo emergir o aspecto ético e a civilidade
no cibermundo. Cada um deve assumir a sua postura de netizen (ou cibercidadão)
e tomar a sua parcela de responsabilidade pela introdução da nitequette
(etiquete na internet), que venha a minimizar a possibilidade de deparar-se com
aspectos cibernegativos. Para isso ocorrer é imprescindível uma análise que
leve a uma cibercrítica, tornado o espaço virtual um lugar ciberdemocratizado e
ciberliterácio (ou ciberinclusivo), que favoreça uma ciberligação de qualidade
e enriquecedora. (Estou me cibersentido!!!!)
Então, esta cibercultura poderá nos trazer
uma forma de ver o mundo como um espaço globalizado e que oportuniza uma
igualdade ímpar, pois, sendo disponibilizado o aparato tecnológico, todos têm a
mesma oportunidade de acesso a este ciberespaço, independente de raça, credo ou
nação.
E neste sentido é que trago para a
discussão a educação (afinal, como poderia não relacionar o que escrevo a ela),
é preciso que se tenha consciência da importância da introdução da realidade
digital na educação escolar, para que esta oportunidade de acessibilidade seja
igualitária, pelo menos neste espaço que é por excelência de criação de
oportunidades, de conhecimento e de inclusão. Bem como, tem um valor
imprescindível no processo de inclusão educacional, permitindo ao aluno uma
participação ativa e criativa através do uso de dispositivos tecnológicos, que pode
colaborar para o desenvolvimento da autonomia, enriquecimento de habilidade e
condição de interação.
Por hoje está de bom tamanho, afinal
esta escrita foi uma descoberta, pelo menos para mim. Foram muitos novos
vocábulos (e quantos!), mas também percebi que escrevendo e convidando as
pessoas a refletirem sobre tantos temas, estou fazendo a minha parte de tornar
a internet um lugar melhor para interagir (ou seja, exercendo a minha cibercidadania). Com carinho, Cássia.
As vezes reflito sobre a minha
realidade
e fico feliz em perceber quantas
habilidades a vida me concedeu, para que eu possa ajudar a fazer do mundo
um lugar melhor.
Escrever no momento tem sido uma delas,
e é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Cássia.
Referência nos comentários:
Rs. Cássia, muito legal seu texto. Adorei o sétimo parágrafo, das "cibervivências e cibersensações", rs. Muito criativo!!! Parabéns, ou seria meus "ciberparabéns" para você, rs.
ResponderExcluirPATROCÍNIO, Tomás. Para uma genealogia da cidadania digital.Educação, Formação & Tecnologias, vol. 1 (1), Maio 2008. p. 47-65.
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