Esse título é para
discutir o conteúdo de um livro formidável - refiro-me a Polegarzinha (referência
abaixo). E que bom ter a oportunidade de uma leitura interessante, delicada e reflexiva nesta trajetória.
Vale a pena saborear!
Entretanto, antes de
começar a abordar sobre o texto, gostaria de fazer uma ressalva. Estava aguardando
ansiosa (no sentido de anseio ou desejo, e não de ânsia ou mal estar/enjoo). Então
seria literalmente anseiosa – esse será de fato o neologismo criado por mim, por
ser mais adequado para o caso. Voltando! Como estava digitando, esperava
desejosa por este momento, sabe por quê? Para mim Polegarzinha equivale a minha
princesa Isabel, assinando a Lei Áurea, para que eu receba a minha alforria (em árabe al horria = a liberdade).
Que alegria! “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre mim!”. Estamos,
finalmente, chegando à conclusão desta árdua jornada semestral blogueira.
Não que fazer o blog
tenha sido uma mortificação, claro que não chegou a tanto! Em verdade alguns
foram bem interessantes e satisfatórios de serem feitos. Mas o que eu festejo é
ter a liberdade de escolha, o livre arbítrio de cogitar – blogar ou não blogar,
eis a questão, e assim ter o poder de decisão. Afinal, essa responsabilidade
semanal nos deixa “gemendo e suando sob a vida fatigante” (HAMLET, III Ato).
Também, que exagero! Tudo certo, que seja!

O mundo sofreu
significativas transformações, e a forma de ser e agir no mundo também. A
geração contemporânea está alicerçada na cultura ressignificada por estas
transformações, e a digital foi, sem dúvida, a mais instigante. Em meio a
isso, o autor traz uma reflexão interessante sobre o papel do professor na
transmissão do saber, em uma sociedade da tecnologia da informação, onde este saber está disponível em todo o lugar, presentificado,
e pode ser acessado na Net, por exemplo, com apenas um click.
O mundo do conhecimento está, literalmente, ao alcance das nossas mãos, basta
clicar. É assim que funciona para @s polegarzinh@s.
Através de um celular “inteligente”
(smart), o mundo se torna onipresente. Estudo, relações, diversão, comunicação
etc., tudo pode ser feito, acessado, revelado, de maneira rápida e prática. E é
nessa inteligência digital que se concentra os pensamentos, desejos, atitudes e
atividades d@s polegarzinh@s. A cabeça está nas mãos e o poder de manipulação
nos dedinhos. No caso, nos polegares.
É interessante essa analogia,
pois é extremante característica dos seres humanos como espécie. Este é bípede,
mamífero, mas que tem dois grandes diferenciais: um telencéfalo altamente
desenvolvido e um polegar opositor (já assistiu o documentário “Ilha das Flores”,
muito interessante e fala sobre isso, link abaixo). Realmente, a “cabeça” e o
polegar é o que nos diferencia, isso caracteriza nossa espécie evoluída. Será?
Será que somos mesmo evoluídos, desenvolvidos? Eis mais uma questão!
Enfim, nada como o uso
do polegar opositor para esta nova geração, visto que as funções deste são – o movimento
de pinça nos dedos e a capacidade de manipulação de precisão. E é sustentando
os dispositivos com a surpreendente habilidade opositiva do polegar em relação
aos outros dedos, e a manipulação precisa destes nas minúsculas teclinhas, que,
eureca! Uma totalidade absoluta de conjeturas antes inacessível se descortina.

Este não deixou de ser
necessário, mas tem agora uma posição diferenciada da que teve em séculos passados.
É um ser-com no processo educativo = com as tecnologias digitais (em especial
as mídias locativas) que estão presentes no contexto educacional; com esta
geração que agora não é mais ouvinte, mas participante; com o saber que está em
profusão; com a escola que se reinventa para interagir com as mudanças, que já se
efetivaram no meio social.
Mas agora deixa eu
colocar a cabeça debaixo do braço (de acordo com a história de São Denis,
citada pelo autor. Conhece São Denis – Saint-Denis? Não?! Google em ação!!! Com
o uso do polegar, mais 5’ de paciência se a banda for
mesmo larga e pronto, logo estará especialista na história deste santo), e
transportá-la para outro contexto, mas que é, ao mesmo tempo, muito
semelhante.
Sim, esta foi outra grande
surpresa para mim neste livrinho, estar em sintonia - por incrível que pareça! - com o tema do artigo final que
estamos escrevendo (eu e uma colega de turma) para a matéria, sobre o uso das mídias locativas no contexto da educação. Que
feliz coincidência! Tornou-se, assim, ainda mais significativo para mim. Vou
então usar as minhas ricas habilidades cognitivas e táteis, proporcionadas pelo
meu telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, para continuar a
escrever e pensar sobre esse tema.
Continuaremos em
sintonia, em digitações e em postagens. Com carinho, Cássia.

Link para o
documentário “Ilha das Flores”- Jorge Furtado. http://www.youtube.com/watch?v=WO8d1vnDOwA.
SERRES, Michel. Polegarzinha. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
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